Segundo o professor Benedikt Soja, da ETH Zurique, na Suíça, “o impacto dos humanos no planeta é maior do que a civilização pode imaginar”. De fato, as mudanças climáticas aceleradas causadas pela atividade humana estão transformando nosso planeta de maneiras que antes não podíamos prever.
O processo é relativamente simples: à medida que o gelo das regiões polares derrete, a água resultante flui em direção aos oceanos. Essa redistribuição de massas afasta o centro de gravidade do planeta de seu eixo de rotação, reduzindo a velocidade de giro. Consequentemente, a duração de cada dia aumenta em alguns milissegundos.
Como explica Soja, “quando as massas de gelo da Terra derretem, o modo como o planeta gira também muda. As alterações climáticas estão a alterar o eixo de rotação da Terra e a duração do dia. A velocidade de rotação, até então influenciada principalmente pela Lua, agora também dependerá muito mais do clima.”
Embora a variação na duração do dia seja mínima, esse efeito “rebote polar” precisa ser levado em conta em viagens espaciais e missões interplanetárias. Caso contrário, será impossível pousar em uma cratera específica de Marte, por exemplo.
Pior ainda, os pesquisadores advertem que, se a emissão de gases do efeito estufa não for controlada, o impacto do derretimento polar na rotação da Terra poderá ser ainda mais significativo do que o efeito da Lua. Isso significa que a duração dos dias poderá aumentar ainda mais no futuro.
O derretimento das calotas polares é um fenômeno preocupante que está causando mudanças profundas no nosso planeta. Não apenas estamos enfrentando o aumento do nível dos oceanos e a perda de habitats, mas agora também temos que lidar com a alteração da duração dos dias. Essa descoberta serve como um lembrete claro de que precisamos agir rapidamente para combater as mudanças climáticas e preservar o frágil equilíbrio do nosso lar, a Terra.
– O derretimento das calotas polares está causando mudanças na rotação da Terra, resultando em dias mais longos.
– Esse efeito é causado pela redistribuição de massas nos oceanos, o que reduz a velocidade de rotação do planeta.
– As implicações desse fenômeno incluem desafios em viagens espaciais e a possibilidade de o “efeito rebote polar” se tornar ainda mais significativo do que o efeito da Lua.